Chevrolet S10 30 Anos: A Revolução das Picapes Médias no Brasil que Mudou o Mercado e a Concorrência

A Chevrolet S10 completa 30 anos de uma trajetória marcante no Brasil, sendo a pioneira no segmento de picapes médias nacionais. Lançada em 1995, ela chegou para preencher um vazio no mercado, oferecendo uma alternativa equilibrada entre as picapes grandes e as pequenas.

A década de 1990 foi um período de grande expansão para a Chevrolet no Brasil, e a S10 foi um dos seus maiores trunfos. Sua chegada marcou o fim da hegemonia das picapes grandes, como a Ford F-1000 e a Chevrolet D20, que eram vistas como desconfortáveis e pouco práticas para o uso urbano. Ao mesmo tempo, ofereceu uma opção mais robusta e imponente que as picapes pequenas, como a Saveiro e a Pampa.

A S10 não apenas inaugurou um novo segmento, mas também trouxe inovações tecnológicas para as picapes brasileiras. Sua primeira versão contava com um motor 2.2 a gasolina com injeção eletrônica single-point, um avanço significativo para a época. Acompanhe os detalhes dessa história de sucesso.

O Nascimento de um Novo Segmento e a Inovação Tecnológica

Em 1995, a Chevrolet lançou a S10, apresentada como a primeira picape média fabricada no Brasil. Curiosamente, nos Estados Unidos, modelo semelhante era classificado como compacto. A versão nacional ganhou um design próprio, com uma frente mais inclinada e uma grade trapezoidal, diferenciando-se da sua antecessora americana. Inicialmente, o modelo foi disponibilizado apenas com cabine simples.

O motor de estreia era um quatro-cilindros de 2.2 litros, capaz de entregar 106 cv e 19,2 mkgf de torque. Este propulsor, derivado do Omega, foi um marco por ser o primeiro em uma picape nacional a contar com injeção eletrônica. Testes da época, como os realizados pela QUATRO RODAS em março de 1995, destacaram o bom torque do motor e a qualidade da direção hidráulica, freios e suspensão, especialmente em ambientes urbanos.

Evolução e Diversificação: Novas Versões e Motores

O sucesso da S10 foi imediato, abrindo caminho para a concorrência, com a Ford lançando a Ranger no ano seguinte. A Chevrolet não parou e, em 1995, introduziu a versão turbodiesel, equipada com um motor 2.5 de 95 cv. Pouco depois, em 1996, o Salão do Automóvel apresentou a cabine estendida, que oferecia 37,2 cm a mais de espaço interno, e a potente motorização V6 4.3 Vortec, com 180 cv. Essa versão V6 impressionou em testes de ruído, apresentando um dos melhores índices entre as picapes.

A evolução continuou com a chegada da tração 4×4 em 1998 e, no ano 2000, um novo motor turbodiesel 2.8 de 132 cv foi introduzido, aumentando ainda mais a performance e a capacidade da picape. A Chevrolet S10, com suas diversas configurações e motorizações, consolidou-se como uma referência no mercado.

Design e Liderança: Adaptações e Novos Rostos

Ao longo dos anos, a S10 passou por diversas atualizações visuais. Em 2002, uma remodelação dividiu opiniões com linhas mais retilíneas na dianteira, contrastando com o restante da carroceria. Em 2007, a linha ganhou um motor 2.4 flex de 147 cv, e na linha 2009, o visual tornou-se mais agressivo, com uma grande entrada de ar falsa no capô. A S10 Deluxe 1997, de propriedade do empresário Anderson Xavier Gomes, com mais de 130.000 km, ainda é elogiada pelo conforto, porte e segurança, apesar da ausência da injeção multipoint.

Em 2012, uma nova geração foi lançada, recebendo retoques em 2016 e uma atualização mais recente em 2024. Mesmo com a chegada de novos concorrentes e as mudanças em seu design, a Chevrolet S10 manteve a liderança no segmento de picapes médias por muitos anos, provando sua força e adaptação ao mercado brasileiro.

Ficha Técnica – Chevrolet S10 De Luxe 2.2 1997 (Exemplo)

Motor: Dianteiro, longitudinal, 4 cilindros em linha, 2.198 cm³, injeção eletrônica singlepoint, a gasolina.

Potência: 106 cv a 4.800 rpm.

Torque: 19,2 mkgf a 3.400 rpm.

Câmbio: Manual de 5 marchas, tração traseira.

Dimensões: Comprimento, 485 cm; largura, 170 cm; altura, 170 cm; entre-eixos, 276 cm; peso, 1.560 kg.

Suspensão: Dianteira independente, braços inferiores e superiores articulados. Traseira: eixo rígido, feixe de molas semi-elípticas.

Freios: Disco ventilado na dianteira, tambor com ABS na traseira.

Pneus: 225/75 R15.

Conforme teste da QUATRO RODAS de dezembro de 1996, a S10 2.2 registrou aceleração de 0 a 100 km/h em 15,48 segundos e velocidade máxima de 157,4 km/h. A frenagem de 80 km/h a 0 era de 30,0 metros.

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