Desde 1973, a revista Quatro Rodas realiza um dos testes mais rigorosos do mercado automotivo brasileiro: o Longa Duração. Carros são comprados, rodados por dezenas de milhares de quilômetros e, desde 1981, desmontados para uma análise minuciosa de suas peças e componentes. Essa metodologia única expõe os verdadeiros pontos fortes e fracos de cada modelo.
Agora, reunimos os resultados de 10 carros que passaram por esse crivo e que ainda estão disponíveis para compra no Brasil. Prepare-se para conhecer detalhes surpreendentes sobre o desgaste, a durabilidade e os custos de manutenção que podem influenciar sua próxima decisão de compra.
Nesta matéria especial, você terá acesso a um raio-x completo de veículos como Fiat Mobi, Renault Kwid, Jeep Renegade, Caoa Chery Tiggo 5X, Nissan Kicks, Fiat Argo, Volkswagen Virtus, Chevrolet Onix Plus, Fiat Strada e Jeep Compass. Entenda quais componentes mais sofrem com o uso severo e onde os fabricantes acertaram ou erraram em seus projetos, conforme divulgado pela Quatro Rodas.
Fiat Mobi: O Campeão da Economia Urbana e Seus Limites
O Fiat Mobi, após rodar 60.000 km, mostrou sua robustez mecânica com um motor 1.0 Fire em excelente estado, mantendo as medidas nominais dos cilindros e pistões. Sua eficiência urbana se destaca, com médias de 12,8 km/l, e a facilidade de manobra em 3,56 m é um trunfo nas cidades. Contudo, o espaço traseiro é crítico, o acabamento é frágil, com ruídos e falhas de vedação, e o porta-malas é limitado, dificultando o uso familiar.
Renault Kwid: Eficiência Energética com Ressalvas na Durabilidade
O Renault Kwid, também após 60.000 km, impressiona pela eficiência energética, registrando 13,9 km/l na cidade, e o bloco do motor 1.0 SCe se manteve íntegro. Sua agilidade urbana é notável. No entanto, o desmonte revelou fragilidade nos coxins do motor, desgaste prematuro nos freios e um acabamento precário com isolamento acústico deficiente, evidenciando o foco excessivo em baixo custo.
Jeep Renegade: Robustez Questionável e Problemas Crônicos
O Jeep Renegade, após 60.000 km, obteve aprovação com ressalvas. Houve uma evolução no consumo de combustível e a qualidade do acabamento interno se manteve boa, assim como a eficiência do sistema de frenagem. Porém, falhas de vedação com invasão de pó, fragilidade em periféricos do motor como vazamentos no radiador e coxins, além de um porta-malas limitado, foram pontos negativos significativos.
Caoa Chery Tiggo 5X: Vigor do Turbo, Mas com Erros de Ergonomia
Com 60.000 km rodados, o Caoa Chery Tiggo 5X demonstrou um vigoroso motor turbo 1.5 e um bom pacote de equipamentos. O design também se manteve atualizado. Contudo, o sistema de infotenimento apresentou problemas de conexão e usabilidade, a suspensão sofreu com desgaste acentuado em buchas e batentes, e a ergonomia, com comandos invertidos e funções que precisam ser reativadas, gerou críticas constantes.
Nissan Kicks: Referência em Durabilidade e Baixo Custo de Manutenção
O Nissan Kicks se destacou em seu teste de 60.000 km, apresentando integridade mecânica exemplar, com motor, câmbio CVT e suspensão em estado de novos. A eficiência do câmbio CVT e a saúde da suspensão foram pontos altos. O único senão foi a vedação deficiente contra poeira e um tanque de combustível com autonomia limitada. O desempenho sob carga também pede atenção.
Fiat Argo: Projeto Robusto com Atenção à Manutenção
O Fiat Argo Drive, após 60.000 km, mostrou uma excelente saúde interna do motor Firefly 1.3 e robustez na suspensão. A evolução no acabamento com menos ruídos parasitas foi notada. No entanto, a análise técnica detectou carbonização nas válvulas, que exige atenção ao combustível e manutenção, e a calibração da direção elétrica em alta velocidade gerou críticas. O espaço no tanque de combustível também é um ponto a considerar.
Volkswagen Virtus: Maturidade da Plataforma MQB e Conforto Familiar
O Volkswagen Virtus, com 60.000 km, atestou a robustez mecânica da plataforma MQB, com motor 1.0 turbo e câmbio automático em perfeito estado. O espaço interno e o porta-malas são referências no segmento, e a integridade estrutural foi comprovada. Em contrapartida, a qualidade dos plásticos gerou ruídos parasitas, a suspensão traseira mostrou sensibilidade em pisos ruins, e o custo das peças de desgaste é elevado.
Chevrolet Onix Plus: Mecânica Aprovada, Acabamento com Ressalvas
O Chevrolet Onix Plus, após impressionantes 100.000 km, demonstrou saúde surpreendente do motor turbo e a eficiência da correia banhada a óleo. O custo-benefício de manutenção é um atrativo. Todavia, o teste expôs ruídos internos parasitas devido a folgas nos plásticos, fadiga precoce da suspensão dianteira e a central MyLink apresentou falhas.
Fiat Strada: Ferramenta de Trabalho Valente, Mas com Pontos de Atenção
A Fiat Strada, ao final de 100.000 km, confirmou sua robustez estrutural e a saúde da suspensão traseira. A eficiência mecânica geral, com baixo desgaste de câmbio e embreagem, também é notável. Contudo, a análise detectou carbonização no motor, falhas de vedação que permitem entrada de poeira e água, e a qualidade do pós-venda da rede autorizada apresentou falhas durante o teste.
Jeep Compass: Modernização Eficiente e Longevidade Estrutural
O Jeep Compass T270, após 100.000 km, provou que a modernização mecânica não comprometeu sua longevidade estrutural. O vigor mecânico do motor 1.3 turbo se manteve intacto, com desempenho e compressão de fábrica. A eficiência do câmbio automático e a robustez da plataforma foram confirmadas. Um ponto de atenção foi o consumo de óleo atípico no início e ruídos de acabamento que surgiram com o tempo, além do ruído dos pneus originais e a degradação de periféricos como a bateria do start-stop.
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