A Toyota Hilux SRX ostenta o título de picape média mais vendida do Brasil há anos, um feito impressionante que atrai milhares de consumidores. Sua reputação de robustez e confiabilidade é um forte argumento de venda, consolidado por décadas de presença no mercado.
No entanto, em um segmento cada vez mais competitivo, com novas tecnologias e projetos mais modernos chegando constantemente, é fundamental analisar se a veterana ainda se mantém como a melhor opção. A versão SRX, que se posiciona como intermediária, foi recentemente testada, revelando pontos positivos e negativos que merecem atenção.
Será que a capacidade off-road superior, a força de reboque e itens de série como a capota marítima compensam as desvantagens, como a ausência de direção elétrica, freios a tambor na traseira e um projeto que mostra sinais da idade? Conforme informações divulgadas pela Autoesporte, apresentamos um balanço detalhado para ajudar na sua decisão.
Capacidade Off-Road Imbatível para Trilhas
Um dos maiores trunfos da Toyota Hilux SRX, especialmente para quem busca aventuras fora de estrada, é sua impressionante capacidade off-road. O excelente vão livre do solo, que atinge 28,6 centímetros, é um diferencial significativo.
Essa altura em relação ao solo permite que a Hilux enfrente obstáculos como pedras e terrenos irregulares com muito mais tranquilidade do que a maioria de suas concorrentes. Em comparação direta, a Chevrolet S10 apresenta 22,5 cm e a Ford Ranger oferece 23,5 cm de vão livre.
Apenas a Nissan Frontier, com seus 29,2 cm, supera a Hilux nesse quesito específico, evidenciando o quão bem preparada a picape japonesa está para encarar desafios em terrenos acidentados e sem pavimentação, um ponto crucial para muitos compradores desse segmento.
Força de Reboque que Supera Concorrentes Diretas
Quando o assunto é capacidade de reboque, a Toyota Hilux SRX se destaca de forma notável. Embora sua capacidade de carga útil, de 1.005 kg, não seja a maior do segmento, o limite para puxar reboques é um verdadeiro divisor de águas.
Com a capacidade de 3.500 kg, a Hilux se posiciona em um patamar superior a muitas de suas rivais. Para ilustrar, a Ford Ranger, uma concorrente de peso, tem sua capacidade de reboque limitada a 2.750 kg.
Essa diferença substancial significa que a Hilux é capaz de transportar cargas mais pesadas rebocadas, como trailers maiores, barcos ou equipamentos de trabalho mais robustos, tornando-a uma ferramenta mais versátil para quem necessita dessa funcionalidade.
Capota Marítima de Série: Um Mimo Pouco Comum
Um item que pode parecer pequeno, mas que representa uma economia considerável e conveniência para o comprador da Toyota Hilux SRX é a capota marítima de série. Este equipamento, que protege a caçamba de intempéries e contribui para a segurança da carga, não é tão comum quanto se imagina no segmento de picapes médias.
A Autoesporte aponta que, mesmo em versões topo de linha de concorrentes, como a Ford Ranger, que custa R$ 315.990, a capota marítima não é inclusa e precisa ser adquirida à parte, com um custo adicional de R$ 1.759.
Em outros modelos, como a Fiat Titano e a GWM Poer, o valor para adicionar esse item pode ser ainda maior, chegando a R$ 2.431 e R$ 2.490, respectivamente. Portanto, ter a capota marítima já instalada de fábrica na Hilux SRX representa um valor agregado significativo.
Direção Hidráulica Pesada: Um Eco do Projeto Clássico
Apesar de suas qualidades, a Toyota Hilux SRX carrega consigo um dos seus pontos mais criticados: a ausência de direção elétrica. Fiel ao seu conceito de robustez e durabilidade, a picape ainda utiliza um sistema de direção hidráulica.
Na prática, isso se traduz em um volante consideravelmente mais pesado, o que pode dificultar as manobras em baixas velocidades, especialmente em espaços apertados como estacionamentos. Este é um item que já se tornou padrão em muitas concorrentes diretas, que oferecem uma dirigibilidade mais leve e confortável.
A única vantagem mencionada pela Autoesporte para a direção hidráulica é o custo de reparo potencialmente menor caso o componente venha a apresentar problemas, o que pode ser um ponto de atenção para proprietários que buscam economia a longo prazo em manutenção.
Freio Traseiro a Tambor: Um Detalhe de Segurança Obsoleto
Outro aspecto que coloca a Toyota Hilux SRX em desvantagem tecnológica em relação a suas rivais é o sistema de freio traseiro a tambor. A picape japonesa é uma das poucas no mercado brasileiro a ainda utilizar essa configuração menos sofisticada.
Enquanto concorrentes como a Ford Ranger, Fiat Titano, Nissan Frontier e GWM Poer já adotam o sistema de discos nas quatro rodas, que oferece maior eficiência e dissipação de calor, a Hilux mantém discos ventilados apenas na dianteira e tambores na traseira.
Essa escolha de projeto pode impactar o desempenho em frenagens mais exigentes e em condições de uso severo, representando um ponto de atenção para motoristas que priorizam a máxima segurança e tecnologia em seus veículos.
Consumo de Combustível Elevado: A Picape “Beberrona”
O consumo de combustível é, sem dúvida, um dos pontos fracos mais notórios da Toyota Hilux SRX. A picape pode ser considerada uma veículo “beberrone”, apresentando números que não impressionam quando comparados à média do segmento.
De acordo com dados do Inmetro, a Hilux SRX registra um consumo de 9,3 km/l na cidade e 10 km/l na estrada, quando abastecida com diesel. Em testes realizados pela Autoesporte, as médias obtidas foram ligeiramente melhores, alcançando 10,2 km/l na cidade e 12,9 km/l na estrada.
Mesmo com essas melhorias em condições reais de uso, a caminhonete ainda consome mais combustível do que a maioria de suas concorrentes, o que pode representar um custo operacional mais alto para o proprietário a longo prazo, especialmente para quem utiliza o veículo diariamente.
Equipamentos Defasados: Sinais da Idade no Projeto
A lista de equipamentos da Toyota Hilux SRX também evidencia os sinais da idade de seu projeto. Embora a picape ofereça uma central multimídia de 9 polegadas com Apple CarPlay e Android Auto sem fio, alguns itens de tecnologia e conveniência já presentes em rivais estão ausentes.
A tela de instrumentos digital, por exemplo, é pequena, com apenas 4,2 polegadas, e funciona primariamente como computador de bordo, apresentando um acabamento que a Autoesporte descreve como simples, com um relógio que remete a aparelhos mais antigos.
Itens como carregador por indução, freio de estacionamento eletrônico, alerta de ponto cego e monitoramento da pressão dos pneus, que já são comuns em outras picapes médias, não estão presentes na Hilux SRX. A presença de sete airbags de série é um ponto positivo, mas não compensa a falta de outros recursos.
Projeto Antigo: Uma Renovação a Caminho
Talvez o motivo mais forte para pensar bem antes de comprar a Toyota Hilux SRX seja o fato de que seu projeto está praticamente o mesmo há uma década. A oitava geração da picape foi lançada em novembro de 2015, enquanto suas concorrentes têm recebido atualizações e novos projetos com mais frequência.
No entanto, a espera pode valer a pena, pois uma renovação profunda da picape já foi apresentada na Tailândia e tem previsão de chegada ao Brasil entre o último trimestre de 2026 e o início de 2027. Isso significa que uma nova geração, com tecnologia e design atualizados, está a caminho.
Para quem não tem pressa, aguardar a chegada da nova Hilux pode ser a melhor estratégia para adquirir um veículo mais moderno e alinhado com as tendências do mercado automotivo, evitando assim a compra de um modelo prestes a ser substituído por uma geração completamente nova.
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